domingo, 12 de agosto de 2012

Linguagem Corporal: a arte como uma experiência educativa

 No contexto da Educação Infantil a linguagem corporal pode ser entendida como o meio usado pelas crianças para expressar o que pensam, sentem e desejam transmitir, como ideias, pensamentos e emoções utilizando gestos e movimentos do corpo. Estimular a criança a utiliza- lá é uma maneira de contribuir para seu pleno desenvolvimento cognitivo e social. Para isso é preciso que a criança seja compreendida de uma forma mais ampla, propondo experiências sobre as quais será possível fundamentar a construção dos saberes, conhecimentos e capacidades. Nesse contexto, entender o corpo como aquele que nos permite ser, ocupar espaços, fazer parte do mundo, construir sentidos, aprender, comunicar, dialogar e interagir numa totalidade integrada do corpo está sintetizado no que chamamos corporeidade.

  Apoiados em informações das ciências cognitivas e neurociências e frente aos novos paradigmas de entendimento sobre o corpo e a cognição, autores propõe e apontam novos caminhos que podem servir como parâmetros para novas organizações curriculares. Entre eles podemos citar Gibbs (2006, p. 276) afirmando que:

A cognição ocorre quando o corpo interage com os mundos físico e cultural e deve ser estudada em termos das interações dinâmicas entre pessoas e seu meio. A linguagem e o pensamento emergem a partir de padrões recorrentes de atividade corporificada que abriga o comportamento inteligente em ação. Não devemos supor que a cognição seja puramente interna, simbólica, computacional e desencarnada, mas buscar os vários modos que linguagem e pensamento estão inextricavelmente modelados pela ação corporificada.

  Com isso, a educação se vê perante um grande desafio passando a ser necessário um processo de mudanças estruturais, conceituais e práticas para que se entenda o corpo como uma forma de inteligência, ou seja, mente corporificada. Assim, o corpo deve ser entendido como mediador da aprendizagem, já que toda a aprendizagem  tem um registro corporal, não existindo internalização da aprendizagem sem corporalização. Vemos assim que na Educação Infantil entender a criança a partir de suas manifestações não verbais, entre elas a Linguagem Corporal, é compreendê-la de uma forma mais ampla, propondo experiências sobre as quais será possível fundamentar a construção de seus saberes, conhecimentos e capacidades.


[Fragmentos do capítulo da Linguagem Corporal das Proposições Curriculares da Educação Infantil da Prefeitura de Belo Horizonte e do artigo Dança na Educação Infantil: Linguagem Corporal como Experiência Artístico-Educativa a partir das Proposições Curriculares da Rede Municipal de Belo Horizonte, ambos de autoria da Prof. Dra. Ana Cristina Carvalho Pereira – coordenadora do Projeto de Extensão.]

Nenhum comentário: